domingo, 16 de agosto de 2009

Projeto Rondon, Em nome da esperança

Por: Sulaine Reis

Sempre escutei que os olhos são o espelho da alma. Porém, nunca tinha prestado muita atenção no olhar dos outros. Quantas vezes olhamos e não enxergamos nada? Só percebemos aquilo que não nos fere e não atrapalha o nosso caminho calmo e sereno. Ignorar é uma das maiores “virtudes” dos seres humanos. Por isso, se não enxergamos o outro, como podemos perceber seu olhar, suas necessidades?
Foi preciso enfrentar mais de
dezesseis horas de viagem até Catuji, no norte de Minas Gerais, para compreender essa sutileza da vida. Quantos olhares nós do Rondon despertamos? Olhares de admiração, desconfiança, carinho, medo. Olhares de pessoas acostumadas a não serem enxergadas e, por isso mesmo, algumas se escondiam e outras nos seguiam encantadas com tamanho movimento e disposição. Afinal, foram muitas pinguelas e cercas para atravessar.

No assentamento da Fumaça, zona rural da cidade, o pequeno Mateus venceu o receio inicial e nos conduziu pelas trilhas do local até a casa de seus primos. Cinco crianças, a mais velha com onze anos, cuidando uns dos outros enquanto os pais trabalhavam na cidade. Assim como Mateus, as crianças em idade escolar frequentam a escola da comunidade. Na verdade, a “escola” é uma sala cedida por um casal do local.
Dezessete crianças, de diferentes idades, dividem-se entre seis carteiras, um sofá velho e o chão e tentam aprender.

Apesar de terrível, a situação nem de longe foi a pior vista na cidade. Às margens da
BR116, crianças e adolescentes não esperavam nem o manto da noite para irem para o acostamento. Os caminhões, quase em fila, diminuíam a velocidade, paravam e “recolhiam” uma menina. Detalhe, o relógio ainda não marcava seis horas da noite.
Já a escuridão, dispensável para o exercício da “profissão mais antiga do mundo”, era companheira constante de uma família em Formoso, outro distrito de
Catuji. Um casebre de dois cômodos é a moradia de sete pessoas: cinco crianças e dois adultos. Para iluminar o ambiente um fogão à lenha, que parecia expelir toda a fumaça do mundo, e uma lâmpada no centro da casa. Marretas abriram pequenos orifícios para a entrada de ar e mãos varreram, lavaram e limparam o local, tentando recuperar um pouco da dignidade humana perdida.

Quando achávamos que já tínhamos visto tudo, nos aparece
Felipe. Nove anos de idade e muita responsabilidade. Seja no pasto, às cinco da manhã, ou nas ruas de Catuji vendendo picolé, o menino derrubou todas as nossas defesas. Ele chegou até nós no sábado. Vinha com a avó, pois soube que estávamos “distribuindo comida”. Na verdade, o que tínhamos era cachorro-quente e refrigerante, o lanche dado para as crianças na tarde de lazer organizada pela equipe do Rondon.
Ao visitar a casa dele, depois de andar mais de 3 km pela
BR116, o quadro se tornou mais assustador. Duas crianças doentes com bronquite, outro fogão à lenha e sua fumaça e uma mãe que, por não ter relógio, não sabia quando deveria medicar a criança que ela tinha levado ao médico. A solução encontrada? Usar a programação da TV para definir os horários dos remédios.
Na cozinha, enquanto conversávamos,
Felipe cuidava da comida dos irmãos. Na panela o menino cozinhava macarrão. Os adultos responsáveis? Uma senhora de sessenta anos, lavadeira de profissão, e uma moça de vinte e cinco anos, mãe de cinco filhos. O que fazer? O que falar? Da mãe conseguimos a promessa de levar o outro filho doente ao médico, arrumar a chaminé do fogão e ser a mãe dessa família. Já Felipe nos prometeu voltar a estudar, apesar das mais de cinquenta faltas.

Todos são iguais, é o que diz a lei. Todos têm direito à saúde, educação, habitações dignas. Relembrando as casas de taipa, as “escolas”, a
BR116, rota de prostituição, independente da hora e da idade, e enxergando em cada rosto a felicidade de serem lembrados e respeitados, nem que seja por quinze dias, é difícil acreditar no que diz o papel. Os ideais de igualdade parecem, ainda, utopia, um sonho de pessoas alienadas que não conhecem a realidade do país. Porém, eu ainda acredito que é possível mudar. Num de nossos encontros com a comunidade de Catuji, pediram para falar sobre o projeto e de nossas “férias” na cidade. Eu resumi assim: “ estávamos ali em nome da esperança em um futuro melhor e o nosso objetivo era tentar diminuir a fome de informação que domina nossa sociedade, pois só assim as mazelas sociais poderiam ser diminuídas.”

Educação de qualidade, esse é o caminho para a mudança. Andando e conversando com as pessoas percebemos que poucas conheciam seus direitos. Uma senhora até me questionou se “velhos tinham direitos?”. É claro que têm, mas se as pessoas não sabem quais são e a importância de lutar por eles, a troca de votos por telhas, que nunca chegaram, continuarão acontecendo, o problema social se agravando e vários Felipes crescerão ignorando o que é ser cidadão.

sábado, 27 de junho de 2009

Diferentes mais comparados

Por Hellen Oliveira

Minha mãe me ensinou a fazer comida. Hoje, sei fazer arroz, empadão, cozido, feijão, inhoque e não é nada de congelado, sei cozinhar mesmo.
Mas na hora do almoço troquei um tempero salgado, branquinho por um refinado da mesma cor, só que doce. Conseqüência?! Imagina só desperdicei todos os outros ingredientes usados para o almoço e vou ter um gasto a mais no meu orçamento ao almoçar fora ou pedir uma marmitex.
Um pouco antes, pela manhã assisti em um telejornal, mais uma bomba em Brasília que um deputado estava recebendo uns bônus a mais em seu salário em troca de favores. Assustada?! Imagina esses escândalos, acontecem a todo tempo. Só que eu não esperava umas duas horas depois, um comunicado do telejornal se desculpando por ter envolvido o nome do político errado. O jornalista que apurou a matéria não se preocupou com um detalhe, o nome correto do envolvido. Conseqüência?! Mínima, ele e a empresa de comunicação só vão responder alguns processos como injúria, calúnia...
Sabe o que há de distinto nos dois casos?
Eu conseguirei refazer o almoço. Mas o jornalista, não vai conseguir recuperar a mesma imagem de credibilidade e confiança da sua profissão e nem do telejornal. Já que nesse caso uma palavra mal dita valeu mais que uma imagem.

sábado, 21 de março de 2009




Olá queridos companheiros!!!!
Acredito que o fim está próximo, fim dos encontros, exaustivos e agradavéis!!!!
Tenho certeza que aqui será nosso BATLUGAR!!!!!!
Quero desde já, agradecer por tudo que vocês fizeram por mim, meu crescimento como pessoa e como profissional que vou ser.
Amo vocês!!!!!

HELLEN OLIVEIRA



P.S: A FOTO NÃO ESTÁ COMPLETA....

quinta-feira, 19 de março de 2009

E agora João?

Por Sulaine Reis

João Sete Braços estava nervoso. O motivo? Viu na TV que estavam tentando aprovar uma lei para proibir pessoas com a ficha suja de se candidatarem nas próximas eleições. O vereador ficou desolado. Justo agora que iria concorrer a uma vaga no senado acontece isso. Já tinha até começado a campanha. E agora, o que ele faria com aquele monte de dentaduras? E as cestas básicas? Está bem que a ficha dele não era lá muito limpa. Mas, para quê pensar nisso se ele já tinha até livrado o bairro daquele monte de bandidinhos de esquina ? O vereador estava incoformado, aquilo não era certo. Convocou uma reunião e decidiu que não seriam uns crimezinhos sem importância que o impediriam de continuar sua missão, ajudar o povo. Aconselhado pelos assessores, decidiu esperar um pouco e ver o final daquela história. Mas, por via das dúvidas, já começou a fazer umas ligações para alguns políticos que ele ajudou a eleger. Afinal, uma mão sempre lava a outra.

Paixão causa cegueira?

Por Hellen Oliveira

Paixão enlouquece, tira as pessoas de sintonia, do rumo, muitos dizem que até cega! Pois é, não é diferente no mundo do futebol. Quer maior paixão dos brasileiros do que essa? Está aí o resultado de sermos o país reconhecido muitas vezes por isso. Temos jogadores de raça, de conquista, de superação, enfim, fenômenos. Reconhecer um desses não é difícil, na maioria das vezes eles são de origem humilde, têm história de superação física e psicológica.
Se você esta achando que o destaque de hoje também é a paixão pela seleção brasileira, ou até mesmo especificamente pelo Ronaldo ”fenômeno”. Está enganado.
Por que não falar de uma pessoa que preferiu o futebol europeu ao brasileiro, por falta de oportunidade e não por querer ganhar mais? Uma pessoa que passou por dificuldades tanto quanto outros jogadores, e não está nos jornais, nas revistas, nas propagandas de cerveja? E que também foi destaque nas olimpíadas, com jogadas perfeitas e com o amor ao futebol brasileiro na cara, no coração, e só foi noticia nesse período. Será que o brasileiro está levando tão a sério essa paixão, que a cegueira acontece realmente nesses casos?
Por que não lembrar de Marta, eleita a melhor do mundo eleita a melhor do mundo e não é chamada de fenômeno com tanta frequência? O futebol feminino é um destaque, um orgulho tanto quanto o masculino. Será que não é necessário um valorização para esse gênero em nosso país?

terça-feira, 22 de abril de 2008

Questão social

Apenas um entretenimento ou um meio de controlar mentes e corações das massas, colaborando para eleger políticos ou ditar tendências? Essa é só uma das polêmicas que envolvem esse aparelho que já foi um artigo de luxo e hoje pode ser adquirido em qualquer loja de eletroeletrônicos, em suaves prestações. Trata-se da televisão. Ou melhor, o suposto poder que este veículo tem. É evidente que várias pessoas são influenciadas pela TV. Isso é resultado de características como o imediatismo, a superficialidade e o formato simples, que permitem a todos entenderem a mensagem passada. Tais fatores ainda são responsáveis por darem aos homens modernos a sensação de que eles são muito bem informados, mas, na verdade, eles não sabem nada, são incapazes de emitir pensamento crítico. Outro fator que pode contribuir para esse poder é a capacidade que a TV tem de brincar com o real, pois um fato só vai ter realmente importância se vira notícia. A abrangência da televisão, que diferente do poder público, alcança a maioria das cidades desse país, também é uma importante aliada para essa “dominação”.

O entendimento do que é veiculado na TV depende do repertório individual de cada pessoa, ou seja, seu nível de cultura. Mas, num país em que grande parte da população é analfabeta e mesmo que consiga ler, não é capaz de entender o que estava escrito, a televisão, com seus textos diretos e simples, com os apresentadores de telejornais desejando “boa noite” todas as noites e com suas imagens para dar mais vida às transmissões, vai “democratizar” o acesso à informação. E isso de maneira imediata e superficial, sem que o telespectador tenha que pensar muito, pois não lhes é dado esse tempo para reflexão.

Essa superficialidade será responsável pela síndrome de Homer Simpson: nela o homem moderno tem acesso, de forma rápida e resumida, a todas as informações, mas não formula pensamentos críticos. Os telejornais se mostram como continuação das novelas, repletos de dramas e entretenimento. Num mesmo bloco noticiam uma chacina e logo em seguida os bastidores do show de um artista famoso. Coerência? Nenhuma. E, surpresa, no final do telejornal as pessoas em casa são contempladas com o esquecimento para que elas não durmam preocupadas. Quer preocupação? Veja as brigas do médico do Big Brother e as discuta no dia seguinte. Talvez seja uma estratégia, porque muitos choram com os dramas das novelas, ficam felizes quando alguém que ele nem conhece ganha um milhão e são incapazes de lamentarem o sofrimento que milhões de pessoas passam na vida real.

Mas, o que é real? O encanto da TV é tanto que um fato só vai adquirir importância se for transformado em notícia, nem que seja uma notinha dada pela Globo ou qualquer outro canal de televisão.

Mas, a maior característica da televisão é a sua abrangência. Esse é o maior diferencial. Ela chega onde o poder público esqueceu ou faz questão de lembrar apenas na época das eleições. E o que é mais importante, a televisão inclui, leva esperança e transporta para dentro das casas a sensação de que todos podem vencer. Ela cria e copia moldes da cultura americana, que não se encaixam na realidade brasileira, mas são aceitos e seguidos.

Portanto, apesar do formato simples que favorece a alienação e não induz ao pensamento crítico e da capacidade de brincar com o real, o maior poder da televisão está na capacidade de abarcar os excluídos do Brasil. E é esse diferencial que os políticos usarão para, de maneira simples, entrarem nas casas das pessoas e se tornarem mais um, alguém igual a eles. É essa capacidade que tornou o mundo algo bem pequeno e que faz com que todos tenham que ser do mesmo jeito, usarem as roupas das atrizes das novelas, comprarem os mesmos colares. E, se não tiverem dinheiro, ficarem em casa sonhando em ter ou então irem para as ruas roubar, matar. O maior poder que a televisão tem é o problema social que assola o país, é o analfabetismo e a pobreza que não permitem que a maioria das pessoas tenham conhecimento para questionem os rumos da TV. Sem estudo, sem comida e sem emprego a única coisa boa que resta é a novela, seja ela a fictícia ou a da vida real, exibida nos telejornais.

Por: Sulaine Reis

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Despedida










Nossos "Profs" queridos!!!



Carolina Buchara

Com um propósito em comum, fechar com chave de ouro o semestre, os alunos do 3º período realizaram uma “festinha” que marcou o cumprimento de mais uma etapa na vida de todos. Apesar da alegria de estarmos todos juntos, em meio a euforias e desabafos, um momento de tristeza marcou o cenário da festa: a despedida de nossa GRANDE AMIGA MARTINHA, grande no carinho, no companheirismo e na importância que representa em nossas vidas.

Depois de enfrentarmos tantos desafios juntos, saber que no próximo semestre haverá uma lacuna é extremamente triste, mas todos sabemos que sua partida era algo que ela almejava há muito tempo, não com o propósito de sair daqui e nos deixar, mas sim, por voltar para “sua terra” tão querida, seu amado Rio Grande do Sul, ficar perto de sua família e principalmente deixar que seus “guris” tenham mais contato com a vovó, que está tão ansiosa e saudosa em vê-los.
Não posso deixar de lembrar também de nossa amiga, Felícia, acho que o próprio nome já diz tudo, menina sorridente, um pouco “avoada”, mas carinhosa e que vai fazer muita falta também.


E assim vamos continuar nossos caminhos sem elas por perto, mas sempre em nossos pensamentos e corações. Falo assim, no plural, porque tenho a certeza de estar falando por toda a turma, todos com um sentimento de vazio muito grande. Como será o próximo semestre sem os conselhos, puxões de orelha e afagos de nossa “mãezinha” do coração? Mas temos a certeza de que nossas amigas estarão felizes, pois eram esses os seus desejos.
Quero lembrar à querida Herlaine, que sabemos o quanto é difícil para ela perder uma amiga e companheira de confidências, como a Marta foi nesse tempo todo, mas nós estamos aqui, TODOS unidos desde já, para darmos apoio uns aos outros e seguirmos, afinal de contas, ainda há um longo chão pela frente, em que virão novas descobertas, novos desafios e continuaremos vencendo todos, como fizemos até agora, juntos, unidos, com uma briguinha de vez em quando (ninguém é de ferro), mas sempre com muita seriedade e união. Que venham o 4º, 5º, 6º... períodos!












Muitas saudades de vocês, Martinha e Felícia!!!

terça-feira, 6 de novembro de 2007

“Meninas” cobriram semana de moda de JF

Frio na barriga. Foi a sensação que marcou a turma do 3° período de jornalismo em sua primeira cobertura de um grande evento, na semana de moda de Juiz de Fora. A classe trabalhou na quinta-feira, 03 de outubro. Como os “meninos” não compareceram, as “meninas” assumiram a tarefa de representar a sala. Todas já possuíam experiência na produção de textos jornalísticos, mas foi a primeira vez que, em grupo, cobriram um evento. Com o auxílio da responsável pela disciplina Técnicas de Reportagem e Pesquisa em Jornalismo, Letícia de Sá, a noite prometia.
Os alunos receberam a notícia do trabalho prático com uma semana de antecedência e, desde então, só pensavam na grande oportunidade que tal trabalho lhes proporcionaria. Muitos alegaram que se prepararam para cumprir bem a tarefa. Porém, além de preparo, a tarefa exigia improviso, pois as diversificadas pautas foram entregues na chegada dos estudantes ao La Rocca, local do evento.
No início, as alunas estavam cobertas de ansiedade e entusiasmo. Priscila Rodrigues, 22 anos, estava confiante com sua pauta sobre a atuação da equipe de Fisioterapia da Estácio no Fashion Days. As primeiras estudantes que chegaram ao local, Talita Faria, 19, e Felícia Alves, 19, receberam as pautas e foram logo apurando. Felícia declarou sua ansiedade, mas ressaltou que estava empolgada com a prática.
Como desinibição faz parte da futura profissão das garotas, elas tiveram que esquecer a timidez para abordar desconhecidos e entrevistar com segurança. Os próprios entrevistados contribuíram muito para que os alunos se saíssem bem na experiência. Segundo Eliane Moreira, 20, os novos estilistas (tema de sua pauta) foram muito simpáticos e atenciosos, “todos com muito boa vontade”.

Satisfação


Antes mesmo que pudessem perceber, as apurações necessárias foram feitas e toda a turma pode comemorar a primeira parte do trabalho realizado. Pensavam que, a partir de então, só restava sentar em frente ao computador e escrever a matéria. Com o sentimento de dever cumprido, as “garotas” foram assistir aos desfiles da noite, porém, ainda lá, descobriram pessoas e casos que enriqueceriam seu trabalho. Como ocorreu com Marta Kochann, 36, que aproveitou o momento para entrevistar espectadores e saber suas opiniões sobre os desfiles, complementando sua apuração.
No momento da despedida, elas aproveitaram para relatar suas primeiras experiências. O fato que causou mais entusiasmo foi citado por Sulaine Reis, 21. Sua pauta sobre celebridades lhe rendeu uma entrevista com o campeão de skate, Sandro Dias. Segundo ela, no momento, houve “muita tremedeira”, mas ele foi muito simpático. “Considero minha experiência válida”, comentou a aluna.
E como notícia não tem hora para acontecer, na saída, um grupo de meninas barradas na entrada, pelos seguranças, fez surgir uma pauta de última hora. A aluna Meire Hellen de Oliveira, que cobria as curiosidades, aproveitou para entrar em ação novamente. “Vida de jornalista é assim!”, brincou.
Herlaine Romão

"Elas" nas tendas

O 3º período de Jornalismo da Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora esteve (quase) em peso no Fashion Days, no dia 03 de outubro, quinta-feira à noite. A turma assistiu aos desfiles do dia e apurou pautas sugeridas pela professora de Técnicas de Reportagem e Pesquisa em Jornalismo, Letícia de Sá.
No primeiro desfile da noite, da grife Zureta, a aluna Sulaine Reis destacou a importância de estar no maior evento de moda da cidade e poder praticar o que foi aprendido em sala. “É a primeira vez que venho ao Fashion Days”, declarou Sulaine, que entrevistou Sandro Dias, o Mineirinho, campeão mundial de skate.
Ainda no desfile da Zureta, Eliane Moreira e Priscila Rodrigues prestavam muita atenção nos modelitos “pin up” da grife. “Estão lindas, é maravilhoso, olha a produção!”, exclamou Eliane. Quanto à oportunidade, todas as alunas foram unânimes em afirmar que esta foi a primeira vez que participaram de um evento do porte do Fashion Days.
Já Carolina Buchara comparou os dois desfiles que assistiu e preferiu o da grife Criss: “Achei mais adeqüado ao dia-a-dia, o uso do plástico ficou muito interessante”. Herlaine Romão prestigiou o mesmo desfile e destacou as cores (amarelo, roxo, verde) e o tecido (malha), que serão tendências no próximo verão. “As roupas são muito legais, eu usaria”, garantiu entusiasmada a aluna.
Marta Kochann

Novos talentos expõem produções

“Cansativo, mas adorável”. Assim a estudante de Comunicação Social e nova estilista, Larissa Lage, definiu a sua primeira experiência como estilista, à frente de um desfile, no Fashion Days. Com apenas 20 anos, ela teve a oportunidade de mostrar sua produção graças à iniciativa do evento de abrir as portas do mercado para novos profissionais da moda.
Ela garante que já nasceu apaixonada por moda, mas a idéia de entrar para o Fashion Days surgiu com os conhecimentos adquiridos nos cursos de férias dos quais participou. Ao ficar sabendo do início das inscrições, enviou seu projeto e foi aprovada.

Inspiração em Carmem Miranda

Com a coleção inspirada em Carmem Miranda, Larissa deu ênfase à cultura de oito estados do país, destacando a mulher brasileira neles. Em sua apresentação, ela mostrou vestidos feitos com tecidos leves, bordados em paetês e acessórios, como uma bolsa feita com casca de ovos de avestruz.
Larissa dividiu um stand com outros novos estilistas, entre eles, a veterana Ingrid Lamas, 19 anos, que desfilou sua coleção pela terceira vez, e Leonardo Afonso, 19 anos, que se apresentou pela segunda vez. Este ano, Leonardo trouxe uma novidade: juntou-se a uma amiga estilista para juntos montarem uma nova coleção. Como Larissa, sempre gostou de moda e, com 16 anos, iniciou sua carreira. Desde então, não parou mais.
Trabalhando com o contraste entre tecidos leves e detalhes em metais, Leonardo afirmou que sempre está por dentro de todas as tendências. “Acho que a gente que cria não pode ficar alheio; busco, todos os dias, informações nos sites”. Ao definir moda, ele ainda assegurou que “cada um pode ser o que quer dentro do seu estilo”.
Eliane Moreira

Fora das tendas

Na sua 9ª edição, o Fashion Days, que é o principal evento de moda da região, trouxe várias novidades, como o fashion trade, que é um espaço comercial onde ficam stands de várias lojas que participam do evento. Hoje, as pessoas podem vir aqui, ver as roupas e experimentá-las, disse Guilherme Schröder, produtor da agência de publicidade República, responsável pela assessoria de imprensa do evento.
Com stands de lojas para variadas idades, os das lojas infantis chamaram bastante atenção. “Como é uma loja infantil, estamos oferecendo um pouco da nova tendência e também perucas coloridas, luvas e pirulitos para a diversão das crianças”, contou Lílian Renata, de 31 anos, vendedora do stand da loja Anjos da Guarda, situada no Braz Shopping. Já Meire Hellen de Oliveira, 20, vendedora da Jô Nogueira, situada no bairro São Mateus, destacou o formato “mini loja” do seu stand , com algumas das novas tendências primavera/verão.
O Fashion Days também ofereceu bares, praça de alimentação, salão de beleza, fotografia, entre outras novidades. “Vim para ver o desfile de uma loja e o bar do Privilége me chamou bastante atenção. Adorei a novidade!”, exclamou Natália Leone,15.
“Adorei o espaço que tem salão de beleza; achei uma ótima idéia e acabei fazendo uma escova no cabelo”, contou Berenice Gonçalves, 40. “As mulheres vêm aqui (stand da Natura), se maquiam ou retocam a maquiagem; há também os produtos da Natura Homem, que tem um barbeiro para fazer a barba com navalha. Está bem interessante”, afirmou a empresária Patrícia Alvim.
Felícia Arbex

Equipe da Estácio foi presença marcante no Fashion Days

Alunos e professores do curso de Comunicação Social da Estácio estiveram envolvidos em diversos trabalhos ao longo da semana de moda da cidade. Auxiliar na filmagem, edição dos desfiles, desenvolver o painel e os layouts do stand da instituição, da camiseta (usada por todos da equipe) e do flayer, foram algumas das tarefas desenvolvidas pelos alunos do curso de Publicidade e Propaganda. O coordenador da Agência do curso, professor Bruno Vieira, enfatizou ainda que o stand da Estácio era o único a transmitir os desfiles ao vivo, com isso, quem não tinha convite, conseguiu conferir os desfiles no local.
De acordo com a coordenadora do curso de Publicidade e Propaganda, professora Silvania Sottani, os alunos realizaram atividades práticas, entre elas, produção em TV, produção gráfica e pesquisa de mercado. Segundo a coordenadora, os alunos fizeram observações, em campo, para depois realizarem atividades teóricas, e ainda uma análise da comunicação visual de cada stand.

Jornalismo

A coordenadora da Agência de Jornalismo, professora Letícia de Sá Nogueira, contou que, no Fashion Days, sua equipe realizava um trabalho de apuração e divulgação das informações relacionadas ao evento, mantendo o site da instituição abastecido com notícias. Foram produzidas, em média, oito matérias por dia, com imagens.
Letícia ressaltou ainda que a proposta era de aprendizado. “Praticando, temos a possibilidade de aprender, tanto com os acertos, quanto com os equívocos, que muitas vezes, nos ensinam mais”, enfatizou.
Em relação à área da fotografia, os monitores receberam a orientação de registrar tudo o que vissem, tanto na área dos stands, quanto nas tendas dos desfiles. O monitor de fotografia, Vanderson Beligoli, contou que, por ser uma experiência nova, era algo muito difícil, pois se trabalha com movimento (nos desfiles). ”De cada dez fotos, sete saem erradas; tem que trabalhar muito rápido, tem que ter muita experiência para trabalhar com moda”, aprendeu Vanderson.
Carolina Buchara


Relaxando as tensões
Durante o Fashion Days, os alunos do curso de Fisioterapia da Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora (FES-JF) atuaram diretamente no evento, fazendo terapia manual nos modelos na área de backstage. O objetivo do trabalho foi proporcionar o relaxamento das tensões, ajudando os modelos a se sentirem melhor durante os desfiles. Segundo as alunas do 4° período de Fisioterapia, Vivian Cristine Cirillo e Ana Paula Alves, as massagens também atuam aliviando a dor.
Para o coordenador do curso, Geraldo Eduardo, a experiência foi válida, pois os alunos conseguiram colocar em prática alguns dos ensinamentos ministrados em sala de aula. Ele apenas lamentou a brevidade da experiência, “mas que certamente foi muito importante para os futuros fisioterapeutas”. O coordenador ainda ressaltou que os modelos se queixam muito de dores e que a terapia manual é de extrema importância em eventos dessa natureza.
A modelo Natália Melandre, que desfilou para a loja Criss, ressaltou a organização e a habilidade dos estudantes do curso de Fisioterapia: “O trabalho está muito legal e é extremamente importante no momento dos desfiles, pois as modelos estão tensas.” Uma vantagem das técnicas aplicadas, segundo Natália, é o relaxamento dos braços, que vão mais soltos para a passarela. Os modelos Glauber Ribeiro (General Cook) e Izabella Mateus (Zuretta) também aprovaram a iniciativa.
Priscila Rodrigues

Moda, diversão e... famosos? Onde?

Nem só de famosos vive um evento de moda. A 9° edição do Fashion Days atraiu um público interessado nas novas tendências da coleção primavera-verão. Por isso, encontrar uma celebridade não parecia ser o objetivo principal de quem circulava pela área dos stands ou assistia aos desfiles. Mas, quando os tais famosos da noite apareceram, câmeras também surgiram de todos os lados e, o que não faltou, foi gente querendo posar ao lado dos ídolos.
As estudantes Daniela Carvalho e Isadora Machado, ambas com 13 anos, assistiram aos desfiles da quinta-feira e afirmaram estar ali para se divertirem e não acreditavam encontrar nenhum famoso. Contrariando a expectativa das estudantes, o tetra campeão mundial de skate vertical, Sandro Dias, marcou presença no evento. Pela terceira vez em Juiz de Fora, o atleta considerava mais fácil estrear nas passarelas que realizar suas manobras. “É só andar de lá para cá na passarela, então estou calmo.”
O modelo Matheus Bittencourt, 23 anos, aproveitou a presença do skatista nos camarins para tirar fotos e elogiar o ídolo. “Só de encontrar o Sandro já valeu a pena. Ele é famoso porque é o melhor no que faz.”
Já a estudante Andréia de Castro, 24 anos, esperava encontrar pelos corredores do evento o ator global Daniel Del Sarto. E encontrou. A estudante se surpreendeu com a simplicidade do ator. “ Ele estava circulando pelos corredores. Foi bom para vermos que os famosos são de carne e osso, como a gente.”
Para a assessora de imprensa, Cecília Delgado, o Fashion Days já se consolidou como um grande evento. Ela destacou a presença de ídolos como o skatista Sandro Dias e a Miss Reef Mundo, Sunessis de Brito, mas fez questão de afirmar que, após nove edições, o evento já tem credibilidade junto à população e que a presença de famosos, embora importante, já não é mais tão cobrada.


Sulaine Reis



“De que mundo você é?”


Era com essa pergunta inusitada que o estudante de Publicidade e Propaganda da Estácio de Sá, Tânios Acácio, abordava o público do Fashion Days. Além dos interessados em moda, o evento contou com a presença original e espirituosa desse “marciano”, com direito a microfone e câmeras ao seu redor.
A brincadeira, que será transformada em vídeo, é na verdade um trabalho acadêmico, cuja proposta era uma cobertura do Fashion Days. O grupo de trabalho, formado por mais 14 alunos, decidiu que um integrante se “fantasiaria de ET” e abordaria o público do evento para saber se estavam informados sobre o que acontece no mundo e testar o “jogo de cintura” do entrevistado, sem perder, é claro, o toque de humor. “A intenção do grupo era pegar as pessoas que passavam por ali e fazer perguntas no estilo Pânico na TV”, esclareceu o estudante Laureano Rufato, um dos integrantes do grupo.
A presença desse “marciano” fez o público se surpreender e se tornou mais um ponto de interesse no evento, como afirmou o estudante de jornalismo, Dan Beligoli: “Todo mundo o viu. Foi uma criatividade enorme, achei perfeito.” O que era para ser apenas um trabalho acadêmico ou uma filmagem comum, acabou se tornando mais uma atração do Fashion Days. Afinal, ser diferente está na moda.

Mabelle Moraes

Quem disse que é tudo perfeito?

Um evento com duração de seis dias, reunindo gente de todos os estilos e idades, desfiles dos mais básicos aos mais sofisticados e os mais variados interesses. Assim pode ser definido o Fashion Days, que como todo evento de moda, foi cercado por uma aura de glamour.
Mas há também os acontecimentos inusitados e pequenos incidentes que, resolvidos, entram para a história de humor da promoção. Como o contado pela modelo Claudia montianelle, 22, que teve seu armário emperrado por alguns minutos, até conseguir algo para ela mesma “arrombá-lo”: ”Eu só o empurrei e ele travou (risos); isso acontece mesmo”.
Já a censura do evento, estipulada em 14 anos, provocou discussões logo na entrada, quando adolescentes foram barradas por falta de documentação. As estudantes Gabriella Guimarães e Fernanda Lopes, ambas com 14 anos, “tomaram as dores” de suas amigas que não levaram nenhum tipo de documento de identificação e não puderam entrar. ”Não fomos avisadas que tínhamos que trazer documentos”, reclamava Gabriella.
Hellen Oliveira

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

PARA VOCÊ, QUEM ESTÁ NA MODA?

“Fernanda Lima está sempre na moda. Por estar relacionada com desfiles, além de ser apresentadora, atriz e modelo. Em todos os programas dos quais participa, está sempre muito bem vestida e são roupas que não usaria no meu dia-a-dia. Pra mim, são roupas de desfiles.”
Keila Oliveira, estudante.

“Eu, os famosos, apesar de todos nós sermos famosos (risos)."
Rogéria Freire, dentista.

“Ainda não sei, estou procurando.”
Adriano Medeiros, professor.

“Quem gosta de si, da vida, quem gosta de saúde. Acho que isso está na moda e não vai sair nunca.”
Patrícia Alvim, empresária. .

“Uma pessoa bem vestida.”
Guilherme Zanetti, estudante.

“Quem se sente bem. Se a pessoa se olha e se sente bem, pra mim ela está na moda.”
Marta Kochann, estudante.

“Fernando Gabeira. Por ser um cara inteligente, passou por diversas coisas legais, interessantes. Acho que ele está na moda.”
Eduardo Guedes, professor.


Enquete realizada por Talita Faria